Ainda há muitas lágrimas. No livro A república dos sonhos Nélida Piñon escreveu: A solidão de quem fica é um remédio tragado com desconsolo e miséria
. É quando o amor dói. É quando a vida fica desfalcada para sempre. Assim é.
Quando fui convocada pela escritora e acadêmica Marilar Aleixandre, coordenadora deste evento promovido pela Real Academia Galega, para falar sobre a Nélida, entrei em pânico porque para mim ela não é um discurso, uma conferência, uma palestra. A Nélida é uma missão. E pensei, essa mulher já falou tanto sobre sua vida, sobre literatura, sua obra, a arte narrativa, a imaginação, a intuição, a ilusão, a memória, os afetos, a amizade, o mundo, o outro, a história, Deus, enfim os mais diversos temas que brotam da vida, o que restou para mim? O que vou falar dessa monumental escritora e fenomenal humanista que abordou as dádivas e os malefícios do mundo e da alma humana? O que dizer dessa mulher que no final de seus dias quase não enxergava, mas seguia vendo tudo, e falava. Julguei: Estou perdida
, e só me restou uma possibilidade que foi invocá-la e clamar: Nélida Piñon, venha salvar-me!
, e ela veio, pois mesmo de longe nunca deixou de estar perto.
Não dormi, e às 2h30 da madrugada do dia 27 de setembro de 2024, data posterior à correspondência da Academia, me veio à mente que eu deveria ler as cartas trocadas entre Nélida e sua mãe Carmen, o que não havia feito até então, fui ao escritório peguei as carpetas e não dormi mais porque me deparei com um diálogo extraordinário entre essas duas mulheres que em muito ultrapassavam a relação de mãe e filha, era uma aliança tão memorável, um pacto de sangue tão ardente e vibrante, uma confiança inabalável, uma admiração mútua sem fissuras, um respeito impecável, uma lealdade indestrutível. A cada palavra eu testemunhava uma comunhão genuína e me emocionava. Seguramente um punhado de documentos históricos.
Não vou aqui revelar tudo o que essas cartas contém, são quase 400, mas nelas estão a luta diária pelo sustento para vencer os dias, as dificuldades pela construção dos andaimes de uma carreira, o limar das pedras que feriam os pés, o esforço para suplantar os infortúnios, a nobreza para vencer as humilhações, os tratamentos indignos, os sacrifícios, as renúncias, a diligência para manter a fé, as conquistas, e certamente seguimos numa infinidade de enunciados e revelações confessionais. Em uma ocasião na qual Nélida foi fortemente golpeada, a mãe fica abalada e ela escreve para D. Carmen,
Minha mãezinha amada... A arte é para mim o maior condutor da vida. Quem tem coragem de criar, aproxima-se de um momento maior da criação, não pode temer pequenos transtornos humanos, equívocos, enganos, ou ameaças. Penoso é escrever, aproximar-se do próprio tumulto interior, e cortar com faca a ferida, deixar o pus escorrer. É isto que venho fazendo com minha vida. Por isso, terminei não me preocupando com o que me contaram. Preocupei-me apenas com a sua saúde, obrigada a uma atitude mais severa, que sempre nos causa problemas emocionais. A senhora é a pessoa que mais amo na vida, acima mesmo de minha obra literária, que é a minha própria vida. De modo, que só peço a Deus que conserve sempre este maravilhoso amor que existe entre nós, nossa harmonia, e o profundo respeito também, sem o que uma vida em comum seria impossível. Quero a senhora bem, ao meu lado sempre. E para protegê-la, sou capaz de tudo. Te adoro, ouviu. Não se preocupe, sim. Devemos nos concentrar nas pessoas que nos querem bem, em nós, e no próximo nascimento de Tebas. Eu sei que hei de pagar sempre um preço alto por ser o que sou, por fazer o que venho fazendo, e pelo que quero fazer ainda com a sua ajuda. Um beijo, Nélida.
Nélida afirmava: Sou uma consequência da primeira linha que enfrentei na vida
. No início de sua carreira um crítico literário declarou em destacadas letras: Suicídio de uma jovem autora
, mas a já consagrada escritora brasileira Dinah Silveira de Queiróz, em 1961, deixou registrado em um jornal:
Estamos diante de Nélida, que escreveu seu Guia-mapa de Gabriel Arcanjo e apresentou provas irrefutáveis de esplêndida vocação... O estilo fascinante que nos dá períodos assim:O vestido de Mariella tinha o vento da tranquilidade que precede os temporais... É o que eu desejava dizer a esta jovem dotada, creio que até de traços de genialidade.
Nélida diz:
Uma sentença me incitava à morte, a outra me motivava a perseverar no destino eleito por mim. Ali entendi que todos os dias alguém bate à nossa porta nos convocando a desistir, eu atendo, agradeço gentilmente, fecho a porta e sigo o apelo maior da minha vocação porque a vida que escolhi é incompatível com a humilhação de me defender e recuar. Posso bem aceitar uma derrota que não foi consignada por mim. Mas venço quando não desisto.
Assim começo a história da escritora que nasceu de um prato de sopa, de um naco de carne, de um pedaço de pão. Digo isso porque quando criança Nélida sofria de inapetência alimentar e só comia se cada colher estivesse cheia de histórias que sua mãe Carmen lhe contava, do mesmo jeito que o Califa na sua sanha assassina só não matava se Scherezade seguisse com seus enredos dia após dia.
O destino foi decidido ainda muito menina quando categoricamente afirmou: Sou escritora
. Ninguém na família nunca perguntou à Nélida: O que você vai ser quando crescer? O que irá estudar?
porque toda a família já sabia que ela não ia ser, mas já era uma escritora. E afirmava isso sem sequer saber o que significava escrever ou ser um escritor. Em um cartão enviado à mãe quando da sua primeira visita à Dinamarca, em 1976, escreveu:
Ontem, visitamos o interior do país, e especialmente o suposto castelo do nosso melancólico príncipe Hamlet. Lembra-se a senhora do esforço que ambas fizemos para que eu, aos 12 anos, pudesse assistir a versão do Hamlet do Sérgio Cardoso? Que eu chorei na porta quando me impediram a entrada, até que o próprio Pascoal Carlos Magno, em pessoa, me liberou a entrada?
O que dizer de uma menina que aos 8 anos se autoproclamava escritora, e que aos 12 anos caía em prantos porque não lhe permitiam ver a encenação da peça de Shakespeare? Essa é Nélida Piñon, a que manteve sempre no alto o estandarte de seu espírito, não se desviou frente às ameaças, dificuldades, ou desafios do ofício. Seu amor pela literatura lhe carbonizava e inoculava vida. Jamais vacilou.
Aos 12 anos, após ganhar uma pequena máquina Hermes de seu pai Lino, a escritora estava oficialmente legitimada. Sua rotina era a seguinte, escrevia para os programas das rádios brasileiras pedindo música, escrever ouvindo música foi um hábito que se perpetuou até o fim, então sentava-se frente a máquina e assim que a música iniciava seus dedos corriam pelas teclas como se estivesse compondo uma sinfonia.
Grande parte de sua obra foi feita nessa pequena máquina, inclusive o livro A república dos sonhos, uma novela de mais de 700 páginas, trabalharam juntas por 40 anos. Nunca lhe perguntei, mas a meu juízo a magia estava em a máquina chamar-se Hermes, pois nossa escritora sempre aspirou ser Hermes. É o que conta em seu livro Coração andarilho,
A verdade é que quisera ser Hermes. Colocar o seu capacete na cabeça e andar entre os mortais sem ser vista. Mediante tal artifício, participar da intimidade alheia, ouvir segredos, surpreender a carne em tensão apaixonada. Conhecer, assim, o gênero a que pertenço, narrar sem ônus para a estética e a honra, com um saber que me falta. Falar dos entreveros ocorridos na antecâmara presidencial de qualquer país, mencionar o vizinho que, apesar da medalha de guerra recebida, comporta-se como covarde no que diz respeito às mulheres e às minorias. Apresentar aos demais o rol das roupas sujas que evidenciam os pecados registrados nas tábuas de Moisés, escritas no Monte Sinai com a intenção de redimir a espécie humana. Alertar, a quem seja, sobre uma consciência sombria à véspera de cometer um crime hediondo. Só, então, estarei apta para narrar como quem não sabe evitar o gesto assassino, como quem se prepara para perder a inocência, como quem se cobre com o manto do profeta que em crise de agonia e arrogância pensa corrigir os homens.Este capacete imaginário, pousado sobre o móvel da sala de jantar, não se oxida, não é mister limpá-lo, não está ao meu alcance. Infelizmente não há milagres e sigo visível como antes, entregue à sanha do outro. E, conquanto o mistério da arte dispense certezas, insisto em ir à cata do capacete de Hermes. Unicamente com ele visitarei os personagens dos meus romances.
Mas se sua mãe lhe despertou o encantamento pelas histórias, seu pai, grande leitor, lhe apresentou os livros e os autores, entre eles Machado de Assis que se torna uma paixão eterna junto a Homero, Cervantes, Camões, Shakespeare, e outros. Dostoiévski lido aos 14 anos é um marco em sua vida:
A partir daquele russo maravilhosamente insano, seguindo um processo contínuo, transformei-me. Não seria mais a mesma. E não que fosse pétrea, mas quem ao passar em revista os feitos diários se lapidava a cada amanhecer. Enquanto sujeita ao pecado oriundo da minha humanidade, tinha a alma em carne viva, querendo salvar-se. Desde o romance Crime e castigo travo o embate sem fim que me norteia. Faço da consciência o meu epicentro moral.
Porém há dois eventos fundacionais em sua vida que tem grande peso e são cabais na forma de lidar com o futuro ofício, o primeiro quando a amorosa mãe diz para a menina: Minha filha, você é tão inteligente, mas não fala bem
, e o outro quando inicia de fato sua jornada literária: Farei tudo por você, qualquer sacrifício, mas não quero escritora medíocre
. Nélida acatou essas sentenças sem revolta, sem mágoa, e sim como palavras de salvação, uma diretriz a ser seguida, e se empenha de tal forma que se torna uma mestra em retórica e oratória. Nos seus arquivos, hoje sob minha tutela, é visível o fervor que dedicou aos estudos, e o trabalho incansável para se tornar a escritora que almejava ser. E cumpriu.
Todavia, há que se dizer que Nélida mesmo com toda a disciplina e seriedade com que conduziu seu ofício literário nunca abdicou da vida. Não era uma escritora ensimesmada que precisava se trancar num cárcere privado coberto com o manto do silêncio e que não podia ser interrompida. Em Nélida tudo pulsava, se miscigenava, era como uma criança curiosa que tudo queria saber, pegar, e nada podia lhe escapar. Nélida era ao mesmo tempo Jasmine, a escrava que ia ao mercado recolher histórias, e Sherezade a grande narradora, ambas personagens do seu Vozes do deserto. Abro um parêntese para lhes dizer que uma das frases de sua lavra que mais gostava era desse livro e a definia: Scherezade sabe-se instrumento de sua raça. Deus lhe concedera a colheita das palavras, que são seu trigo
.
O mundo inteiro falava com Nélida e ela jamais lhe virou as costas. Era uma mulher apaixonada pela vida, sem dúvida o maior e mais belo sorriso da literatura brasileira. Como esquecer esse sorriso? Suas gargalhadas? Senão vejamos algumas de suas frases que encontrei em seus inúmeros cadernos de anotações: Eu tenho uma predileção pela felicidade. Agora, mesmo, por exemplo, após deixar a Alemanha, neste trem de grande suavidade, senti o raro gosto de estar viva
, A vida me inunda e eu sucumbo ante seus poderosos desígnios
, Sou uma força que se dobra ante qualquer sinal de existência. Cedo rigorosamente ante o projeto da paixão
, A febre me toma como um tropel de búfalos. É pura paixão pela existência
,
Talvez seja inclinação do meu signo amar os prazeres da vida. Aqueles tão à flor da pele. Invoco porém, outros prazeres que igualmente rondam o meu espírito. É certo que como a carne e, à mesa, nutro tantas volúpias como se fossem elas volutas de trabalhosas catedrais, mas, do outro lado do rio, estremeço ante as invocações místicas. Deus parece estar sempre presente em meus banquetes. Sou sem dúvida uma alma convulsa e apaixonada. Para que lado afinal devo olhar a vida? Onde encontrá-la mais ainda frondosa como a vejo agora. Será que só a morte há de mitigar minha paixão?
Ao longo da vida fez uma plêiade de amigos das mais diversas profissões, das mais variadas cidadanias, das mais diferentes idades. Sobre esse tema escreveu: Sou propensa a afinar os sentimentos, enveredar agradecida pelo coração alheio que me concede o trigo dourado da amizade que hoje me chega dos seres e dos animais
, Vivo segundo frase escrita aos 17 anos: Tenho apetite de almas
.
Extremamente ética, leal, discreta, generosa, delicada e com o coração perigoso sempre pronto a se entregar ao amparo do outro Nélida inspirou muita confiança nas pessoas, era um cofre de segurança máxima onde ficavam guardadas as confidências alheias. Seria aqui impossível e injusto nomear tantos queridos amigos, destaco alguns com a ilusão que carrego todos os outros nomes que fazem parte da sua legião afetiva. Mario Vargas Llosa, uma bela e profunda amizade de mais de 50 anos, conheceram-se muito jovens, e o que Nélida fala de Mario é o retrato de si própria:
Em ninguém, senão em Vargas Llosa, conheci paixão tão irrepreensível pela literatura. Poucos escritores, hoje, podem reivindicar, como Mario, experiência intelectual tão variada e rica. Nunca surpreendi nele, nesses anos, traços de cinismo, de conciliações espúrias, essas mazelas que a glória e a sabedoria às vezes arrastam consigo, como vírus invisível.
E Mario, declara:
Nélida Piñon é uma das pessoas mais encantadoras que já conheci, não apenas uma grande escritora mas uma mulher extraordinária... Gosto muito em Nélida o fato de haver nela, por uma parte, uma enorme compreensão e aceitação da vida em tudo o que tem, em sua complexidade e diversidade, e, ao mesmo tempo, uma elegância para dar a tudo isso umas formas que, para mim, representam a civilização. Isso eu vi em poucas pessoas como em Nélida.
Curiosamente é Mario quem promove o encontro entre Nélida e Carmen Balcells. A partir de então se estabelece uma amizade magnífica com raízes profundas, comovente, plena de aventuras, peripécias, unidas pelo riso, pelas lágrimas, pela confiança mútua, por um amor que não sofreu a erosão do tempo. Entre tantas declarações de Nélida à Carmen, trago-lhes uma: Em Santa Fé, enquanto as horas escoam, Carmen ordena o mundo. Ela é uma âncora na minha vida afetiva e agradeço o dom de sua amizade.
Agora quero lhes falar do esplendor dos frutos que emanam da amizade. Em 2022, Nélida sabia que estava partindo, a hora do adeus se aproximava. Ao vir a Galícia em outubro desse ano tinha dois propósitos, visitar a aldeia dos seus ancestrais para as despedidas e sentindo-se já como uma náufraga ir a Finisterre que sempre ocupou sua imaginação. Pois bem, Marilar Aleixandre, a quem Nélida tanto queria, num gesto amigo e amoroso lhe reservou um dia inteiro, ajudou-a a imergir em suas memórias mais caras e a guiou nessa viagem à Costa da Morte. Ao chegarmos lá no carro tocava “Cavalgada das Valquírias”, que ela tanto amava. Enquanto estacionava Nélida gravou em seu celular: Chego ao Finisterre, acolho os mortos que naufragaram nessa costa violenta, abrupta, mas necessária para impor limite à ambição humana. Aqui estou, ouvindo Wagner, e me inclino reverente ao meu destino.
Em seu leito de despedida eu via Nélida como um soldado ferido, atingido pelos estilhaços da vida. Mas sempre muito destemida. Naqueles dias nos ocupávamos de um possível outro mundo e falávamos dos seus mortos amados tão reverenciados por ela em vida. Poucos sabiam que a morte lhe rondava, entre eles sua grande amiga e editora Guilhermina Gomes que lá esteve para uma comovente despedida, e Maria José Lobo Fernandes, adorada amiga, médica, que a havia salvado em 2021, a visitava todos os dias e a cobria de afeto. Contudo Nélida lutava obstinadamente para se manter viva porque aguardava ansiosamente outra amiga que estava prestes a chegar a Portugal, tratava-se da atriz brasileira Fernanda Montenegro que foi vê-la no dia 16 de dezembro de 2022, ao chegar Fernanda sentou-se ao seu lado, segurou sua mão, começou a conversar injetando amor em suas veias, porém em determinado momento Nélida a interrompeu, olhou para Fernanda e disse: Agora, eu posso ir embora
, Fernanda, tentou rebater: Nélida, minha amiga, você ama a vida...
, e Nélida respondeu: Mas, eu quero ir
. E foi, no dia seguinte, após se despedir de suas perritas amadas Suzy e Pilara.
Ainda há muitas lágrimas. São gotas que marcam meu caminho como as migalhas de João e Maria para que não me perca e vá de encontro ao coração de Nélida, de suas memórias. Essas águas nascem da intensidade de uma vida irrepetível. Descem das colinas de meus olhos, percorrem os vales, alargam-se como os grandes rios. Não carregam dor, não são fruto de morbidez, não supuram meus dias. Ao contrário, irrigam o meu cotidiano, edificam pontes com a realidade, constroem o futuro. Não poderia ser diferente porque honram Nélida Piñon, a nascente que fertiliza a terra que piso com segurança.
Nélida era vasta, amava a família, amava a vida, venerava a língua portuguesa, admirava o talento humano, sempre buscava a grandeza no outro. Era a Península Ibérica corporificada, Brasil, Espanha e Portugal reinavam em seu coração de forma inseparável. Cumpriu com louvor o juramento feito aos 10 anos de amar Galícia para sempre. Uma mulher de fé, no seu livro Fundador, está uma de suas inesquecíveis frases: Com Deus eu me entendo, com os homens é mais difícil
. Em 1990, no Vale de Aran, registrou em um pequeno caderno seu diálogo com Deus.
Obrigada, Senhor
em nome de toda a sabedoria
que se resume num só instante.
Pela vida que nos chega como um córrego,
a água limpa atiça a alma
e enerva, quem sabe, a memória.
Obrigada, Senhor,
por viver um momento que
não tem o direito de repetir-se.
A perfeição é o retrato do Senhor
e o fracasso dos sonhos humanos.
Obrigada, Senhor,
por saber-me fugaz e inesperada.
Obrigada pelas montanhas que me enfeitiçam,
pelos abismos que afinal soldam a minha alma
com um amálgama de origem misteriosa.
Obrigada pela vida que me foi dada
e que me será retirada em meio ao sonho,
pretexto do delírio,
levada para o reino sem nome
ao impulso de um último suspiro.
Muito obrigado, Nélida Piñon por ser a escritora que es.
Muito obrigada, Nélida Piñon pela humanista que foste.